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Calcanhar para frente

Fato verídico. França. Paris. Outono. Outubro. 5ºC. Minha mãe é a típica mãe latina. Sabe aquelas de novela!? Exagerada, fala alto e, de vez em quando, comete micos sem querer, mesmo que sejam previsíveis... Tínhamos chegado no dia anterior em Paris e era nossa primeira viagem ao exterior, não cabendo outra obrigação senão levantar cedo e turistar.  Para facilitar nossa vida e, principalmente, baratear nossos custos, alugamos um apartamento no centro da cidade, o que significava dizer que, literalmente, estávamos perto de tudo e podíamos ir a pé para a grande maioria dos lugares: Museu do Louvre (7 min), Jardin du Palais Royal (7 min), Rua Rambuteau (9 min), Pompidou (9 min), sem contar o acesso facilitado aos pontos turísticos mais distantes através das linhas de metrô. Preciso dizer que, como cachorros caídos de um caminhão de mudança, a cada rua que entrávamos, a cada esquina que virávamos, a cada detalhe que nos fazia cair a ficha que estávamos ali, naquele luga

Alemanha e seus odores...

Fato verídico. Alemanha. Berlim. Verão. Agosto. 20ºC. Nossos últimos 02 (dois) dias na Alemanha seriam passados em Berlim, onde a programação era simples: conhecer o  campi  da Universidade e também os principais pontos turísticos da cidade antes de retornar ao Brasil. Nossa saída de Stuttgart já mostrava que algo nos esperava, pois, depois de quase 30 (trinta) dias sendo cozidos vivos num calor de mais de 40°C, exatamente no dia da viagem, passou a chover e a temperatura despencou cerca de 20°C, em questão de poucas horas, fazendo com que, das malas abertas, em plena rodoviária, começassem a sair sapatos fechados e casacos, até porque o ônibus que passaríamos a noite tinha ar condicionado prometendo algum frescor além do alcance. Onze horas da noite, malas despachadas, partimos para as acomodações já tentando se aconchegar naquilo que seriam nossas camas até o final de nossa viagem. Feita uma inspeção final pelo motorista acerca da lotação, as portas do  double deck  se cerraram e, se

Sempre leve um guarda-chuva

Fato Verídico. Estados Unidos. Orlando. Primavera. Abril. Tornado. De tempos em tempos, os meios de comunicação são invadidos com notícias de inúmeros fenômenos naturais como furacões, tornados, terremotos e até tsunamis. Nesse momento, por exemplo, o furacão Florence promete inundações e devastação em três estados americanos, mesmo tendo sido rebaixado para categoria 2 que, nada mais, nada menos, representa ventos na ordem de 160km/hora. E como dois mais dois são quatro, dependendo da situação, dar de frente com um desses fenômenos pode atrapalhar os planos de qualquer pessoa. Orlando, assim como nos outros dias daquele mês de abril, tinha amanhecido quente, mas, trazia um certo abafamento no ar que prenunciava chuva o que, para nós (eu, mãe e filha), não seria um grande problema, pois, após alguns dias curtindo os parques da cidade, resolvemos relaxar fazendo algumas comprinhas. Pela internet achei a loja que queria e o trajeto mais curto que compreendia, basicam

Coca-Cola

Fato verídico. Alemanha. Stuttgart. Verão. Agosto. 42ºC. O verão europeu, definitivamente, engana os incautos que acreditam que lá é só frio e neve, onde o Sol e o calor são meros coadjuvantes sazonais. Digo isso de cadeira, pois, eu era um deles que não imaginava o quão dramático poderia ser o calor no verão europeu que facilmente pode ultrapassar os 40°C, não sendo raro ouvir nos noticiários casos de incêndios florestais que chegam a engolir algumas cidades, sem contar as inúmeras mortes em razão do mesmo. Numa das minhas andanças por aí, lá estava eu na Alemanha, mais precisamente em Stuttgart, em agosto, no verão, meio dia, intervalo para almoço no mestrado,  derretendo os picuás em cerca de 42ºC e desesperada por uma bebida gelada que, por lá, é muito difícil de achar... Parece que eles estão tão preparados para o frio do inverno que até a bebida que, para nós, deve ser bebida fria ou gelada, lá tem que ser em temperatura ambiente, ou seja, quente... Assim sendo, na contab

Ventilador da Paz

Fato verídico. Alemanha. Stuttgart. Verão. Agosto. 42ºC. A universidade em Stuttgart ficava localizada em um bairro afastado das principais atrações turísticas da cidade o que só trazia um certo desconforto quando a noite chegava porque não tendo nada para fazer na região tínhamos que nos deslocar alguns quilômetros para as atrações de escolha, o que, para quem nem é chegada em baladas, como eu, não fazia grande diferença. Durante o dia a vida seguia de forma fluída já que a mesma estava ladeada por comércios diversos, tais como papelarias, mercados, restaurantes, hotéis e até um parque que junto com a intensa arborização natural da região traziam um frescor e um ar pitoresco aquela região que chegava a dar impressão que você estava perdido em algum universo paralelo de primeira grandeza. Tipo aqueles paraísos retratados em filme, onde a Cantata 147 de Bach ou a Clair de Lune de Debussy cairiam como uma luva na qualidade de trilha sonora... A universidade, com suas linh